Mary e a serva

Estava tudo tão feio pro lado da Mary
Tudo indo tão mal
que ela foi no terreiro
e na pentecostal.

No terreiro, o pai de santo
todo maneiro, disse
filha, não deixe de usar
tuas ervas de cheiro
E anota aí um ebó de primeira
é tiro e queda na cachoeira
E reza, reza muito pra tua yansã
que vai dar tudo muito certo
eu posso ver teu caminho aberto.

Na pentecostal quando Mary entrou
viu que o pastor não era mais o Ronivaldo,
que já tinha passado o ponto pra outro irmão
o irmão Sebastião Amado, menos safado.

Que lá de cima sentenciou:
Irmã, vejo um varão entrando na sua vida
Ih, irmão, o que não falta na minha vida é vara entrando
só que tudo varinha, nada de varão
porque ultimamente
eu só estou trabalhando com veião.

O irmão Amado é sério, deu uma tussidinha
Varão é um servo de deus em sua vida,
serva de cristo, irmãzinha
Ai gisuiz, será que chegou a minha hora
de pegar o Rafinha? e Mary ficou toda animadinha

Venha aqui na frente irmazinha amada
e lá se foi ela, pra alegria da crentaiada
o shortinho jeans estourando na coxa bronzeada
e uma blusinha que era tipo um aventalzinho
só cobria a frente, quem ficava de lado via tudinho
empinadinho.

E reza que reza, agora é crer
disse o irmão, que cuidadoso,
com medo de sua mulher ficar cabreira
pediu a ajuda de uma tal de obreira.

E foi assim que foi
Mary terminou feliz seu dia de devoção
Pai de Santo, Irmão, Varão
Agora vai, pensou,
e pensando lembrou que o pastor a chamou de serva.

Serva? olha que idéia boa pra terminar
um dia tão legalzinho
E pelo celular chamou o Deozinho
Só se for agora, respondeu o amiguinho
e já vai pedindo um salaminho e um queijinho.

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