Mary e o balonê murcho

Mary se enfiou num balonê pink
sandalinha pink de pompom
bolsa peludinha pink em formato de coração
e assim toda fofa e empacotada
mais parecendo um sonho de valsa
foi na oficina do Rafa

Quéde o Rafa? sei não disse o rapazinho
já olhou ali no barzinho?

Xi, e não é que ele estava lá, num canto?
mal sinal, quando o Rafa encosta ali
ele enxuga de um tanto.

Vambora Rafinha, vem com a Maryzinha
Quié que tu tem meu, que bicho te mordeu
conta pra mim
tu não é de beber assim...

O Rafa tinha bebido e cheirado
Menina, fu-deu
A Cida tá esperando
e o pai diz que sou eu

Mary ficou uma arara
E tu vai caí nessa seu babaca
A Cida, aquela vaca?
Não Maryzinha, eu sei, fui eu sim
Homem não sabe de nada
coisa mais facil que tem é enganar panaca
vai sustentar o filho do mário
vai, otário.

Agora Mary está sozinha no apê
se olhando no espelho
o balonê murcho e desconsolado
num canto jogado.
Putz, caraca, que foda,
agora perdi mesmo aquele pentelho
que merda de cida
que merda de vida
nem um filho aquele pôrra me deu
aliás, ali só quem deu fui eu.

Ligou pro Déo que veio na buxa
Já sei de tudo mariúcha
e do jeito que a Cida é esperta
agora é casamento na certa...

Mas ele chorou junto com a chorosa
debaixo do edredon cor de rosa um instante
fazer o quê, chorar no quente...
depois teve de ir, tinha um cliente
mas antes providenciou um calmante.

Nenhum comentário: